25/03/2011

O Amigo-rei



Em tempo.
Assisti ontem ao brindado filme O discurso do rei. Por pouco não o alcançaria mais em cartaz! O início me pareceu meio sem rumo, mas a estória se desenrola muito bem com o passar do tempo. Bom, mas deixemos a crítica criteriosa para os intendidos do assunto. Continuo me reservando o prazer de falar daquilo que me toca, me põe dentro do enredo.

Entre outras coisas, o filme fala muito sobre amizade. Um rei que pensava ter o irmão como amigo descobre a duras penas o que é realmente uma boa amizade. Aquela que nos ajuda a ir longe, nos liberta, encoraja, fortalece. No filme a amizade vai sendo descoberta aos poucos, não sem dificuldades, mas que mostra qual é o seu papel, ao final das contas. 

Esse tipo de amigo costuma aparecer por acaso e para nossa surpresa acaba libertando em nós as melhores qualidades, os talentos. Coisas que pareciam estar ali o tempo todo e não saberíamos se não fosse com essa ajuda. São anjos que descem à terra e nos dão aquela mãozinha. E falo com conhecimento de causa. Já tive um amigo que me ensinou a falar pra grandes públicos, a cantar, etc. Acreditem, já fui muito tímido, mas consegui com ajuda e muita prática. 

Cada um de nós tem um reinado a cumprir. Seja onde e como for. E cada um a seu modo também traz consigo algum tipo de insegurança, medo de enfrentar o futuro sozinho. Ter o privilégio de contar com alguém que inspira confiança e perseverança mesmo as vezes que nos mostremos descrentes, é uma dádiva. Quem já teve um sabe como é.

Então, aproveito esse post para agradecer a todos esses grandes amigos que me ajudaram e aos que ainda hoje ajudam a dar passos importantes, estando presentes, mostrando caminhos a serem trilhados com segurança, sem interesses ou cobranças. Valorizo cada um de vocês que sempre dão essa força. Brindo a vocês, sou grato.

Imagem Capturada aqui

22/03/2011

Resposta da ANTT a uma reclamação minha

No dia 12 de outubro de 2010 eu fiz minha primeira ligação à Agencia Nacional de Transportes Terrestres, a ANTT. Dentre outras coisas, reclamei da forma desumana, desorganizada e desonesta em que venho sendo tratado na Rodoviária Interestadual de Brasília, a rodoviária nova de lá.

O prédio da nova estação rodoviária  é novo, é verdade, mas os problemas são bem velhos e daria um lista enorme se fosse descrevê-los aqui. As empresas cometem todo tipo irregularidade,  criam situações de desconforto aos passageiros e ninguem parece se importar. 

Um dia me baixou o "espírito cidadão" que me fez registar uma queixa atravez do número 0800-610300. Dois dias depois recebi um e-mail com um número de protocolo, dizendo que minha reclamação tinha sido registrada e que eu seria informado sobre o resultado dela. E hoje, mais de 5 meses depois, recebi a resposta. Continuo com a mesma sensação de que niguem se importa. 

Bem, a seguir as imagens mostram com detalhe a resposta que recebi. Só queria que soubessem que quando procuramos esse tipo de orgão significa que a empresa da qual reclamamos ja foi informada da nossa insatisfação e nada fez a respeito.







 

14/03/2011

Amizades, pipas e rodas de pião no quintal


O dia vinha sendo como outro qualquer. Depois do ortodontista, o almoço com o amigo, como teria combinado na noite anterior e que fora bem rápido. Tomara uma das conduções que o levaria ao local de trabalho. Enfrentaria duas baldeações, com longas esperas para entrar naquele ônibus lotado com pessoas de toda espécie de aparência e comportamento bem diversificado.

Na viagem, vinha observando a estrada, maldizendo o governador, o prefeito e todos aqueles que julgava culpados por um transporte tão sujo, insuficiente, demorado e por compartilhar aquele trajeto com pessoas,  que (a maioria) não tem a mínima noção do que é viver em grupo, um bando de egoístas mal educados, povo meio sujo, barulhento, etc.

Dessa vez, não usava óculos escuros nem colocara os fones de ouvido. Rendera-se aos pensamentos que lhe fazia companhia. Repassava o final de semana inteiro à mente. Haviam sido dias cheios, intensos e muito bons. Há muito tempo não se sentia assim. Era como nos velhos tempos, com o  amigo com quem o prazer de fazer coisas junto dispensa desculpas esfarrapadas, melindres, etc. As coisas acontecem com uma simplicidade e ritmos impressionante, natural, prática. 

O ônibus chegara ao ponto final. Descera tranquilamente. No aparelho de celular retirado delicadamente do bolso a confirmação de que havia chegado com tempo, ufa. Sabia que teria visitas. Rumou  direto ao seu destino.

Quase na entrada do prédio, um sujeito que falava ao telefone o aborda pedindo-lhe os documentos, afirmando ser da Polícia Federal. Numa mistura de susto e curiosidade, ocorreu-lhe um sentimento de estar participando de alguma pegadinha. Onde estariam as câmeras? Negou ao pedido do moço e como se previa, pediu para ver a credencial. O sujeito parecia obedecer, quando soltou um sorriso e lhe estendeu a mão amiga.

Susto. O rapaz lhe chamara pelo nome de infância. Um código que o levaria a anos atrás, trazendo de volta o menino que naquela hora se escondia naquela roupa formal, adulta. Com um sorriso largo de amigo, exigia ser reciprocamente reconhecido.  Com mais sorrisos, lembrava fatos, momentos, pessoas e o lugar de onde os dois saíram há muitos anos.

Foi gostosa e estranha a sensação de reencontrar um amigo com quem brincava de soltar pipas, rodar pião, assistia desenho japonês na televisão “a cores”. Parecia que o relógio dera uma volta, trazendo toda uma vida em alguns minutos parados numa calçada. Prazer, alegria, lembranças compartilhadas. Número de celular anotado. A despedida e a espera por outra peripécia da sorte.
Imagem encontrada aqui

11/03/2011

In-confidência sentimental



Ando às voltas, atormentado por questionamentos de toda sorte. Parece um círculo vicioso em que perguntas não respondidas sempre retornam cobrando o que lhe é devido, querendo saber quando poderão descansar em paz, renascer outras. 

Há tempos estas sensações têm me acompanhado onde quer que eu vá. Sei que não me deixarão até que sejam atendidas, sabe Deus quando. 

Os sintomas dessa maré de questões acabam  ganhando vida no dia-a-dia...

-A recepcionista do prédio e me pergunta o que foi feito do meu sorriso e bom humor; diz que tenho andado calado, cabisbaixo,  de pouca conversa.

-Repentinamente, sinto-me cercado por um tipo de pressão enfadonha, onde familiares se preocupam se estou casado, se tenho namorada, etc.

-Me pego driblando encontros com antigos amigos. Receio ‘olhares cobradores de respostas’. Reencontrar um velho amigo muitas vezes soa como uma espécie de prestação de contas da vida. 

Eu cá, já tenho perguntas demais. Os meus embates com a minha consciência já duram um vida inteira. Não sei quanto ao que quero do futuro, que profissão seguir, se vou casar, ter um credo a defender..., ai! Tanta coisa!!

Enquanto isso vou bebendo esse cálice de aromas e sabores misturados, onde o doce e o amargo dos dias compõem o fado dos meus dias, cercados de muros que invento para que a vida siga em frente. Que venha a ultima gota.

Imagem daqui


10/03/2011

A Bruna surfistinha



Ainda não falei de filmes por aqui, né. Um dia isso teria de acontecer.

Primeiramente, gostaria de me reservar o direito de não ser julgado moralmente ou tecnicamente pelo que for dito. Não sou "qualificado" para nenhuma dessas abordagens. Falarei daquilo que me toca, usando do meu parco conhecimento, me deixando influenciar por qualquer tipo de sentimento que o filme me causar.

Assisti nesse feriado, entre outros, o filme intitulado Bruna Surfistinha. Sim, aquele que conta a estória da garota nerd, adotada, que se sentia feia, deslocada, rejeitada, etc. Não preciso descrever aqui detalhes do filme, mas resumindo: a garota sofre uma espécie de "bulling virtual" na escola. Desmoralizada, decide ir à luta, encontrar um vida totalmente nova...

Nunca pensei que pudesse gostar tanto de um filme falando da vida de uma puta, ou melhor uma prostituta de luxo, sem pudores. Avesso ao padrão das que querem ser salvas daquela vida, Bruna/Raquel se mostra como mulher independente, longe de sonhar com algum principe, ao contrário, afasta todos eles. Faz suas escolhas, assume  as consequências, sofre, ri, vive. Admite que por mais que as coisas deem errado, o importante é fazer a sua escolha por si mesma, sempre.